segunda-feira, agosto 27, 2007

O teu corpo (mais uma vez)



Ontem chegaste ao fim do dia cansada. Tínhamos percorrido toda a jornada correndo de um lado para o outro sem sentir a culpa do dia ser de descanso. Querias aproveitar o último fôlego das tuas férias e eu cada segundo de luz que a tua viva presença me dava. Sentir cada toque teu, cada pedaço de vida que o teu sorriso me insuflava.
Detivemo-nos nas lides domésticas mais do que gostaríamos. Eu limpando uma casa cujo meu sentir, comete o abusivo pecado de chamar lar e tu passando roupa, lutando contra os vincos como quem luta contra as marcas que a vida teima em deixar.
Quando nos fomos deitar, tarde para nós e cedo para os que se não amam, pediste-me que te massajasse as pernas doridas com um creme que te aliviasse o peso. Acedi com um prazer que ignorava o que se seguiu.
Dei comigo percorrendo com um misto de vigor e calma, as tuas pernas, descobri mais que uma simples massagem, descobri que minhas mão se fundiam nas tuas moléculas. O teu corpo, tornou-se o prolongamento do meu e assim me senti parte desse misto sublime que somos nós.
Adormeceste depois no meu ombro e as minhas lágrimas de felicidade deram-te um beijo de boa noite, por mim que já ali não estava. Tinha ficado, algures misturado na suavidade reconfortante da tua pele.

1 comentário:

Anónimo disse...

muito interessante seu blogger. Parabéns!