segunda-feira, maio 28, 2007

Divagações


Fará algum sentido quebrar a um vinculo divino?
Não será afronta interrogar-mo-nos sobre os mundos paralelos que nos vão regendo?
Por vezes sinto que somos nada mais que reflexos de Deus, que nos "utiliza" para suas manifestações.
A mais intrigante e apaixonante delas é, sem dúvida a forma de amar.
Cada um ama como ama. Amamos ao longo da vida de múltiplas formas, de inúmeras intensidades. Um dia depara-mo-nos com aquela alma que entra na cósmica vibração da nossa e, de repente, tudo se altera.
Passamos a respirar de modo diferente, sentimos o nosso mundo invadido por essa estranha presença que, ao mesmo tempo é parte interinseca de nós mesmos.
Amar é pois a mais apaixonante das aventuras. Nunca se sabe quando se começa e esperemos que nunca acabe. È sem duvida o mais profundo hino que podemos fazer ao facto de estar vivos.
Podemos errar caminhos, enfrentar tempestades mas se amarmos e tivermos a sorte de ser amados, seremos o que de mais parecido há com a superioridade.
Mas amar é também "sangue suor e lágrimas". Um estado de alma que permanentemente busca o ser amado e nele se completa e desconjunta, se constroi e destroi numa permanente mutação. Amar é crescer permanecendo eternamente e ridiculamente criança. È ser fortemente fraco. Amar é tão somente existir na existência alheia e, com isso, não existir de todo. Não existindo, temos saudades de nós mas, se parte o ser amado, vivemos na angustia do sem abrigo. Não temos onde nos acoitar das tempestades e não podemos voltar á antiga casa em ruínas.
E estar apaixonado?
È um estado de extasse profundamente desconcertante. Não pensamos, não racionalizamos pura e simplesmente os nossos neuroquimicos vivem por nós. Estar apaixonado é maravilhosamente doentio, ridiculamente sério!
Mas amar...
Ah amar é este não-sei-quê que me impele, sustém, arrebata e arruína.
Estarei a ser lúcido ou somente louco?

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