terça-feira, janeiro 27, 2009

Realidade

Aqui neste silêncio me deleito em vida ou morte.
Aqui me sonho embalado neste sono de sorte.
Aqui somente só e amparadamente desamparado.
Em teus olhos me revejo nesse verde cinza esperado
Nessa única maresia espraiado.
Em tipos em bosques e névoas assombrado.
Quero hoje fazer de teu corpo minha mortalha
Neste desejo onde me consumo
E consumindo renasço…calado, amordaçado.
Seja real esta minha memória
Seja uno este meu desejo bebido no cálice quente do teu corpo.
Nada faz sentido. Tudo é metafísica!

domingo, janeiro 25, 2009

Genese


Vi nos teus olhos o mar onde me afundava,
Para, por eles, ser salvo nas ondas de prazer do teu corpo.
Em verde cinza renasci no grito silêncio da noite.
Mil anos nos juntaram!
Mil tempos nos uniram na noite, nos dias junto ao mar,
Nas auroras dos bosques sagradas revividos, resonhados.
Em nossos corpos me revi eterno.
Em teu respirar me inundei de vida.
Sem principio nem fim.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Beijos

( retirada da net)

Beijos em sussurro,
Segredados, secretos, semeados,
Sob a sombra, sagrada
Do teu sol.
Beijos molhados, enganados,
Desejados e sonhados.
Beijos quentes, ardentes,
Ausentes e presentes, transcendentes.
Beijos sadios, bravios,
Crentes e gentios.
Beijos lentos, sedentos.
sem tempos.
Beijos ardentes, pungentes!
Beijos, beijos, beijados!

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Pergunta e Resposta


"olha... tu existe não existes?!"


Não sei se existo!
Sei que voo!
De mim não rezam os escritos nem cartas de marear.
Não resta mais que um simples assento de casamento com a vida.
Parido em banho de sangue e água que fui na longínqua terra ancestral.
Não, não sei se existo!
Nesta barca me transporto ao ritmo leve das marés.
Em mim descubro a sabedoria do meu povo,
E me de descubro em cada estrela que me guia.
Sob os ramos prateados da macieira.
Não sei se existo,
Ou se sou somente um sonho ou um pesadelo dos Deuses!
Voo!
Sigo a voz que do lago me grita.
A mão serena que a espada me estende em salvação!
Não, não sei se existo
Ou se sou somente uma sombra breve da tua luz!

Gestos Mudos

(retirada da net)

Bastaria, tão somente, um gesto!
Para os devolver á vida.
Um simples gesto!
Mas a visão cheia de cegueira,
E os silêncios que ensurdeciam a alma.
Fizeram que o mar não unisse
O que os olhos, ás bocas pediam.
E assim foram caminhando vida adentro.
Sem fado ou musa ou estrela polar.
Na metafísica da ausência eterna.
E na maldição que impede a chegada dos amantes
Ao porto sereno dos seus braços.
Chove lá fora e a água lava a terra,
Dos que por omissão de um gesto.
Á Ilha não abarcaram!
E pela vida foram seguindo,
Lado a lado e sem nunca se olharem!
Eternamente amarrados!
Eternamente amordaçados!
Eternamente e desconhecidamente mortos!

Verde

(retirada da net)


Sorrio nos teus olhos cor do mar e do campo,
Que se estendem para infinitos destinos.
Nesse espaço breve das palavras escritas, murmuradas,
Nas horas calmas da madrugada.
As breves formas do teu corpo que desconheço
Imaginado só em ilusão tremendo.
Aí se cumpre Aurora e Ocaso.
Entre ambos a instante espera do destino,
Nestes caminhos traçado sem tino
Neste mesmo navegar,
Onde o vento que nos leva,
Tem o som das mesmas palavras onde nos vamos.

Continuidade

Estou calmo talvez!
Cai mais uma vez o pano na tragicomédia!
Vestem-se humanas vaidades e esquecem-se pesadelos.
Muda o ano!
Só não muda a selvática presença da memória!
O ensurdecedor silencio a que me obriga,
Á indiferença cega e muda dos teus dias.