domingo, setembro 21, 2008

Filha do Profeta

Tens o nome de filha de profeta e de dádiva.
Foi em teus olhos que me encontrei para me perder.
Foi no aperto do abraço esquecido onde fui morrer.
Tens na boca o doce fel da palavra não sentida
Onde tantas vezes me refugiei do vento e do frio
Para somente encontrar o gume afiado de um beijo!
Ah, aquela festa carregada de fantasmas em desalinho
Que, em noites de Sabbath me enfeitiçaram.
Aquele dia de aniversário de ilusões e memórias!
Tudo em vão e tudo perdido.
Aquele sorriso adiado e aquela ausência desmedida,
Que em outro peito se aninha já em desvario de mentira.
De ti bebi até á embriaguez de todos os sentidos humanos e divinos,
E agora, nesta ressaca de vexame onde me encontro,
Grito aos deuses minha memória!

2 comentários:

Oswaldo Antônio Begiato disse...

Prezado Alberto,

Tenho notado que tens recebido, ultimamente inspiração divina. Tens escrito extraordinariamente belo. Estou aqui encantadíssimo com suas últimas poesias. Filha do Profeta, Sono, Recado escrito na vidraça...e todos os outros...
Mas há sempre uma amargura..
uma melancolia..aliás elas nos são mesmo companheiras eternas...

Fico eu aqui a torcer por um amor que lhe desdobre o coração, embora o tenhas dobrado com tanta intensidade da última vez...

E obrigado pela tua visita a meu pequeno espaço. De ilusão a gente vive também às vezes, meu amigo.
Eu também acho que esse tipo de pacto só mesmo em poesia..

Abraços.waldo

Anónimo disse...

Amargura
Desenganos tantos a ferir a alma,
A aura fica negra sem luz
Amargura,dias plumbios,sem
calma,
Falta carinho a paz que conduz.
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Sigo vagabunda com minha cruz
Um fantasma a preambular
Nada mais interessa ou induz
Ele se foi para nunca mais voltar
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Nada tem importancia agora
Minha vida também se foi
embora
Nem flores irão me consular
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Olho esta pedra fria que ignora
O sentimento de outrora
E que de mim não quer se apartar.