sexta-feira, junho 20, 2008

Namoro (ou o outro lado da inveja)

Ontem vi-vos.
Não sabem quem sou nem que por mim passaram do alto do inverno primavril da vossa vida. Iam somente cometidos ao mundo em vós criado e por vós mantido, puro, rico de mil experiencias, marcado por centos de quedas e outros tantos levantar.
Fiquei indiscretamente a observar-vos e sentir dentro de mim a inveja boa do que por vós senti. Olhei e vi um futuro desejado e perdido, vi em vós a propria essencia do meu querer. O vosso silencio cumplice de olhar meigo da profundeza da vossa juventude de muitos muitos anos, muitos e imensos passos nesse caminho que para mim também desejei.
Voces foram para mim a prova viva e caminhante que tudo é realmente possivel quando o olhar se cruza e as mãos se dão como quem partilha a própria alma, como quem é uno e disso faz gaudio.
Vi-vos vivos, e contudo, fui ignorado pois assim tem de ser. As lições aprendem-se e pouco se discutem, pouco se tem para dizer perante a evidencia da vida. Invejo sim o olhar trocado entre vós que poucos ditos jovens conhecem. Hoje vive-se a correr sem tempo de dar um abraço ou um simples olhar que tudo diz.
Sim, invejei as mãos que se davam e o beijo trocado, desigual a outros tantos que as vossas bocas trocaram na vossa já longa juventude.
Quem me dera ser velho assim e saber partilhar a mão como quem dá a propria vida!

1 comentário:

Anónimo disse...

É lindo não é? :)
também acho :)
bjito