segunda-feira, setembro 01, 2008

Travesia

Olhar perdido no rio, como duas perolas negras. Adivinhando a sorte e sorrindo, tremula de frio ou de medo, não sei.
Tenra idade coberto pelo seu corpo de criança. Abraçava o homem como que se despede do destino rumo á outra margem.
Em silencio entraram. Ela e a outra de olhos cor de terra e vazios de multidão. Olharam-se e naquele instante ambos mundos se cruzaram. Uma pedindo á outra a segurança de um sorriso, a certeza de ser levado á outra margem.
O barco partiu torturando ondas, que o destino sempre assim é. Para que se avance há que cruzar tempestades. O silencio cortado por palavras breves, ancoras naquele barco de fim de tarde.
Ah quem me dera o vosso cumplice silencio, quem me dera a certeza daquele abraço ao chegar á outra margem!

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