sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Humilhação

Este sentir que o coração sente.
Esta espera que a razão desmente.
Este olhar para o caminho eternamente,
Aguardando a vinda do ausente.

Este não querer de querendo feito.
Que em vão tento matar neste peito,
Onde tarda a verdade e o respeito
Por mim proprio imperfeito.

Na estrada o vazio do que não virá,
As palavras que o ouvido jamais escutará
Os olhos postos no presente
Que a humana realidade desmente.

Que se feche pois este sentimento
Que se abra á razão ao pressentimento
De que maior do que mim sou neste momento
Em que do chão, busco o entendimento.

Nesta hora de desejo não aceite
Desta minha vontade que o coração respeite
Junto ao abismo peço que a ponte estreite
O humano que ao divino aproveite!

Por maior sentir caí e me levanto,
Sozinho, deste mar do meu pranto,
Do gelo que me cobre com seu manto,
E me mostra o amargo sabor do desencanto.

No caminho nada surge nesta espera
Em que o sol me traga a Primavera
Com a ave que em seu voo encanta
E a sede mate numa Fonte Santa.

Esta é a humilhação que construi,
a alma que a espaços destruí.
Nesta insama paixão onde me dou
á razão que da razão ao coração roubou!

1 comentário:

Cristina Paulo disse...

Poema muito forte maninho, mas nunca te esqueças que o caminho se faz ao caminhar. Caminha então com a consciência que o nosso caminho é uma imensa oportunidade, que nós fazemos ou não acontecer de uma forma ou de outra, conforme o passo que damos.
Amor com firmeza. Firmeza com amor.
Um beijo enorme :)