
Percorro em sonho, a linha suave do seu peito.
Onde se espraiou meu corpo, breve de cansado e ali ficou,
Perdido ao caminho longo das suas coxas, ás alvas planícies da sua pele,
Onde me banhei na sua sacra fonte de desejos incontidos, revoltos, mareados…
Onde morri e onde ressuscitei.
Foi no tempo em que o vento norte empurrou a barca para o cais,
E eu livre das amarras de outrora,
Detive-me salgado na praia, banhado ao vento e á sede.
Foi no tempo das palavras trocadas, roubadas e oferecidas,
Eternamente mudas, plenas de silêncios entendidos naqueles fins de tarde.
Éramos crianças grandes aprendendo a linguagem das ondas em beijos de sal,
E carícias húmidas de maresia onde nos perdemos e encontramos.
Tenho-a visto, ou imaginado tanto faz, algures entre as ondas.
Passeia ao crepúsculo brincando a apanhada com as ondas, feito criança,
Acenando ás musas e ás serias, imitando seu canto.
À noite, banha-se na lua cheia e acha graça...
E ouço-lhe as gargalhadas e os choros e grito em vão o seu nome que desconheço!
Sem comentários:
Enviar um comentário