domingo, novembro 09, 2008

Bebedeira

Hoje de poesia me embriaguei!
Assim foi e assim me quedo neste estado ébrio.
A poesia não nos traz a realidade de cores cinza.
Traz-nos a realidade com as cores vivas do desejo
Hoje assim me quedo moribundo e vivo.
Não me tragam conceitos morais de vento feitos.
Tragam-me humanidade e defeitos que se sublimam e perdoam.
Hoje estou infinitamente bêbado de palavras.
Não quero os vossos falsos moralismos que somente a outros se aplicam!
Venham os vagabundos e deserdados,
Venham os fora da lei, os maltrapilhos de olhos doces
Que pedem um pão como quem pede um poema.
Venham os que foram cuspidos, traídos, desamados.
Venham todos os nus que somente se vestem com a sujidade aparente.
Venham os que nada buscam e que escarnecem da vaidade humana.
Aqui vos recebo com um abraço que não possuo
Aqui vos acolho neste corpo igualmente imundo,
Por isso desprezado e sublimado.
Venham e faremos de nossa embriaguez
A força que nos sustenha acima do tumulo onde nos querem!

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