quinta-feira, outubro 16, 2008

Descrença

Gostava de acreditar no amor!
Aquele amor que nos persegue e nos arrebata em cada suspiro.
Aquele amor feito certeza e duvida e desvario.
Aquele amor que nos enche, aquele ciúme que nos resgata.
Queria acreditar no amor feito pessoa.
Aquela hora que parece nunca mais chegar!
Ah! queria sentir o desejo na chamada
O misterio num olhar desvendado.
A carícia do orvalho da manhã quando dois corpos se fundem.
Sentir que naquele momento somos um, num simples gesto, feito beijo.
Percorrer aquele corpo como quem parte em busca do continente perdido.
Perdendo-me e encontrando-me no oasis daquele ventre,
Nas colinas daqueles seios onde em fonte me sacio.
Perdido sim nos lençóis, no chão, entre despojos do dia.
Queria acreditar naquela voz que não me chama,
Que não me deseja mais que um animal da beira do caminho.
(e eu que á beira do caminho estou)
Queria acreditar que o amor é possível
Na cumplicidade do beijo,
Nas palavras proferidas em silencio quando as mãos se unem.
Queria beber daquela pele, suor e êxtase em silêncios gerados
Mas o amor fugiu de onde nunca esteve.
Enganou-me com o canto de sereia, que não escutei.
E hoje aqui me quedo somente com esta descrença em que creio!

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo não fiques nessa descrença a sereia cantou escutás-te porque ainda hoje o ouves,um jovem não pode descrer,isso fica para quem já não pode crer seja no que for,para quem está quase para lá da vida mesmo que não queira,alimenta a tua joventude que passa depressa,vive.