quarta-feira, junho 04, 2008

Palavriado

Se perguntarem por mim
(que não perguntam...)
Diz que estou perdido entre as palavras.
Que me dedico a estuda-las com toda a metafisica do universo.
Se perguntarem
Diz que me perdi nessa torrente mágica do diálogo.
Não sou mais que um conversador,
Que gosto do adubo da alma de uma conversa.
Parti embalado nesse rio que é a voz que me fala,
O sorriso que acalenta o espirito no frio que assola este Inverno.
Se perguntarem por mim,
Se mostrarem o falso interesse de saber de mim,
Não lhes dês a razão que buscam entre o escombro do caminho.
Diz que me deixei levar por letras e mistérios do olhar.
Nunca fui senão um simples ser entre a multidão.
Por mim nunca ninguem deixou pai e mãe,
(e quando deixou fugi eu),
Sempre amei as palavras cofres puros de sentimentos não diziveis.
Não, não lhes digas onde fui,
Não lher dês noticias dos meus passos perdidos e,
em silencio e cumplicidade,
Abre-me a tua porta para que mais uma vez,
naveguemos no tempo
embalados no doce encando das palavras compartidas...

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