segunda-feira, setembro 05, 2011

Em Transito


Cruzam-se olhares desvividos indiferentes,
E eu aqui cruzando o tempo que se ausenta devagar.
Não me aproximo mais do porto, afasto-te desconhecidamente de mim,
Perdendo a noção de todos os medos.
Cruzam-se ilusões neste labirinto onde me perdi.
Na procura breve de um desejo.
Sinto-me cansado, indubitavelmente cansado,
Do amor que não tive, pela razão breve de não estar,
Porque assim estava riscado nas linhas alvas do fado!
Do grito amordaçado pela multidão,
Do silencio metafisico da ausência!
E cruzo o caminho como tenho cruzado a vida:
Buscando, perdendo, encontrando desencontros…
Cruzam-se passos apresados, cruzam-se…
Em solidão cruzo a multidão, cruzo o mar, cruzo,  cruzo-me!