sexta-feira, maio 29, 2009

Esquecimento


Se ao menos tu soubesses,
Dos momentos em solitude imposta!
Se ao menos tu soubesses a busca nos caminhos,
As veredas percorridas murmurando teu nome.
Mas neste bosque desencantado já me esqueço de te lembrar,
Onde outrora me esquecia de te esquecer.
Onde minha língua definia as suaves curvas do teu corpo,
E de ti bebendo me saciava.
Mas tu partiste e deixaste a marca dos teus pés nesta areia que sou!
Partiste em riso de escárnio e gozo.
Na cama o teu perfume como veneno que me inebria as noites,
Onde me assombram os fantasmas dos medos revelados pelos Deuses.
Se ao menos tu soubesses que és tu que ainda busco,
Enquanto sedento vou padecendo sob o sol abrasante da tua ausência.

quinta-feira, maio 28, 2009

O tempo e a Ilha


As minhas chagas têm a forma de um beijo!
A cor púrpura dos seus lábios.
Se ao menos soubesse que em sonhos de desvario,
Viajo suavemente pelas arestas breves do seu corpo.
Ah, se ao menos a nostalgia das pedras partilhadas,
Não fosse cinzenta como a cor dos dias.
Tu sabes sim que foi por ti que deixei amarras,
Desbravei ventos e tempestades,
Para ancorar na breve eternidade do porto inseguro do teu peito.
Se ao menos…um instante de retorno!
Sem tempo, em todos os lugares!