quinta-feira, dezembro 25, 2008

Memória de Natal

Na memoria traiçoeira,
resta a ausencia e o silencio.
O frio cortado pelo teu corpo,
no longinquo paraiso que desdenhas-te!

terça-feira, dezembro 23, 2008

Areias da minha terra


Onde o mar sendo mais azul,
Me trás á memória o doce amargo dos teus olhos.
Areias onde me deleito e me entrego
Ao prazer deste frio sol de inverno.
Onde jaz ainda a marca fina do teu corpo junto ao meu.
Onde a maresia trás ainda a saudade do teu cheiro.
Onde desejo o calor desses teus braços eternos.
Na distancia ausente dos teus beijos.
Este mar que guarda segredos de corpos em comunhão
De promessas feitas e entregas juradas.
Onde param agora teus abraços?
Mortos ficaram como as ondas na praia?
As mesmas que, vão e vêm...

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Rosa

Gosto do sabor dos lábios em maresia.
O sal bebido nos beijos em teu corpo frio.
Gosto desse olhar na terra encharcado.
Fantasia construída junto ao Tejo em noite de delírio.
Ah! Mil vezes Ah!
Que meu grito leve esta rouca voz de raiva,
Que em teu peito nasçam os espinhos.
Só assim serás verdadeiramente rosa

Apelo


Quem me vem despertar do sonho?
Estou cansado de olhar acordado para o caminho deserto!
Não se escutam humanos passos,
Somente a eterna árida ventania.

Paragem

Paro no tempo e descanso!
Tenho os olhos rasos de maresia!
Nestes tempos paridos da memoria recordo,
outros tempos, outras fontes.
Paro no tempo e respiro!
Junto ao mar onde as ondas ocultam teu nome.
E meu corpo sedento do teu perece lentamente,
Na mortalha ausente dos teus braços.
Em meus ouvidos, teus suspiros.
Em meus músculos teu desejo
Em meus lábios teu licor.
Nos meus dedos teus cabelos de algas
Paro no tempo e...me afundo!
Não reconheço o coração onde me esqueço!

domingo, dezembro 14, 2008

Streptococus e outras cousas

Dói-me de sobremaneira a garganta!
Não gritar aos ventos as vontades desfeitas, as ausências feitas traição.
Dói-me a garganta por razões bem mais bacteriamente superiores.
Estou constipado e todo o universo me dói!
Não quero mais saber dos reinos que perdi.
Perdi neste momento a vontade de olhar para alem das montanhas!
Ardem-me os olhos, não do choro reprimido, mas febre.
Nada mais desconcertantemente real que uma constipação.
Não dormi durante a noite, não por ter pensado nela,
Mas porque a tosse tomou de vez conta do meu peito e dói-me!
Não, não estou lúcido, estou constipado!
(mais um lenço onde deposito minhas entranhas)

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Suplica á distancia

Ressuscita-me de novo com teu alvo peito
Dá-me de beber da tua fonte quente.
E eu prometo morrer em cada suspiro teu,
Para que de novo me restituas á vida,
Para que nesse eterno ciclo de prazer
Queira sempre teu corpo para viver!
Prometo ser a praia onde te esvais,
O recanto metafisico onde as ondas do teu desejo,
Venham rebentar em movimentos de maresia.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Facto

Em teu corpo sepultados são homens
Como barcos em mar revolto!
Tua boca tem o sabor do sal doce dos abismos,
em que sereias cantam seus encantamentos.
Assim, navegando rumo á ilha sagrada me afundei,
Em tua pele de rosa feito espinhos.
Ah! Em meu corpo se vislumbram tuas marcas de sangue.
Ensurdecido pelo riso de escárnio da tua voz!
Pela musica maldita de teu canto.
Bebes como vampiros o sangue da alma humana.
Assim vagueias e te reconstróis sobre os escombros dos pisados.
Que deixas á tua passagem desventurada.
Outros se banham em teu odor de mel.
Mas será sempre em mim que te descobres e renasces!

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Testamento

Si me muero no me llores
Ríete como te has reído en mi vida!
No soy mas que fue cuando en tu pecho habitaba!
No te amo mas que amaba cuado me hacías creer en tu boca.
Me dejaste solo y te fuiste con tus palomas echas de fantasía.
Yo, que no era lo que me pediste, me quede solo, solamente solo.
Cuando te pedí la mano me diste la espalda,
Como quien da la indiferencia y se olvida del camino.
Si me muero no me llores,
Que tus lágrimas de acero nada mas son que cuchillos en mi memoria.
En mis oídos cantan aun la música fúnebre de tu risa.
Las olas del mar me traen tu olor pudre.
Pero, si algún día en tu pecho helado de sentimiento,
Crezca una rosa con espinos de humanidad.
Si, acaso mi nombre sea parte del tuyo,
Y mi cuerpo, la parte que te falta para seres mujer.
Llámame con tu voz de gaviota,
Con tu cuerpo de serena
Y yo prometo dejarme morir por tu canto!

Helados ojos mios

Se me quedan los ojos en cristales de hielo
El mismo hielo que se forma en la ventana con la noche.
Así se me quedan los ojos ciegos con el agua de la fuente helada.
Esa misma fuente que me dio la capacidad de mirarte e quererte
Con todas las ganas del mar, a mi que soy un pobre reguero de la montaña.
Aquí abajo vengo todas las primaveras,
Para nutrir los campos y las flores y los pájaros.
Aquí venia para darte de beber sin saber que era agua de tu naciente.
Ahora mis ojos se helaran!
Están cristalinos y por eso puedo mirar mejor tu pecho echo calvario.
Aquí lejos de la montaña me quedo.
Lejos del mismo mar donde veni para saludarte el las noches de verano.
Cuado las cigarras cantaban para nosotros y mis ojos para ti.
Lejos del balcón de la planicie onde nos amamos desnudos,
Con calma del sol de Marcio.
Ahora si, se me helaran las entrañas de mi alma con tu risa.
Ahora no soy mas el niño que te buscaba entre la gente,
Que te esperaba en las olas de la playa,
Como a una serena!
Se me quedan los ojos en cristales de hielo?
Todavía se me quedan ojos!